Na noite de domingo, falou conosco através no médium, o Preto Velho Vô Bizu. ( Ou da falange Vô Bizu).
Falou sobre o hoje "bahiano Toninho", que foi exu que ele incorporava quando estava na escravidão. Contou que o ,hoje bahiano Toninho, naquela época era o espírito exu africano Okelelê e era difícil de lidar. Queria resolver tudo na base do castigo e por isso era necessário muito cuidado com ele. Quando incorporava demorava bastante e gostava de beber muito. Por outro lado era um espírito muito positivo, pois quando alguns aconselhavam que os escravos deveriam se conformar com seu destino, ele via algumas soluções positivas que davam um alento para eles.
Contou que o médium de agora, foi um seu aprendiz de magia na senzala, foi mais do que isso, era mesmo seu filho carnal, como a maioria da senzala, pois Vô Bizu era um reprodutor, obrigado a cruzar com as escravas para gerar filhos fortes. Era muito constrangedor isso, porque era obrigado a deitar com mulheres de outros escravos daquele mesmo lugar. Ninguém tinha escolha. E nem mesmo tinha como nada fazer, porque a prática era assistida pelo feitor ou capitão do mato, para comprovar o feito. Às vezes, ele subornava ou embebedava o capitão, e simulava a prática, sabendo que a escrava já estava prenhe do seu companheiro. Como reprodutor era muito ajudado pelo Exu Okelelê, com sua poderosa Yemanjá da fertilidade, e nunca precisou repetir um cruzamento.
O médium de agora, encarnado naquela época, morreu jovem sem conhecer a liberdade em um grande incêndio na senzala. Os próprios escravos provocaram o incêndio com ajuda invisível do Exu Sete Chamas, hoje exu de frente do médium e que foi queimado pela inquisição portuguesa sendo o médium, na época, um padre inquisidor. Nesse incêndio na senzala, tudo foi queimado, também a casa grande e até a lavoura e nunca mais nasceu nada naquela terra.
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