Vô Bizú preto velho

 

Preto Velho que foi escravo, também foi mandingueiro como todo africano. Praticou muita magia branca e magia negra. No caso a magia negra era a ação contra os feitores e senhores brancos; Isto lhe custou sofrimentos no outro lado da vida, mas também houve absolvições em consideração do grande sofrimento dos escravos.
Ele conviveu com o seu médium de agora na mesma senzala. Esse médium morreu queimado quando atearam fogo à senzala (vinculo com
 exu sete chamas). Vô Bizú ensinou muita magia ao médium garoto escravo.



Vô Bizú se dedica a libertar pessoas vítimas de malefícios e também a curas etc. etc..

Mas conta que não morreu no tronco e sim num quilombo, pois sempre considerou que era melhor morrer livre do que viver sob a bota.
Contou que uma vez ajudou escravos a fugirem e estes mataram algumas rezes da fazenda para levar como mantimento pela mata, até alcançar um quilombo. O Senhor e Feitor ficaram mais furiosos com o roubo de gado do que com a fugida dos escravos, pois estes custavam menos do que gado. Para aplicar um castigo exemplar no Vô Bizú decidiram ministrar-lhe sete chicotadas. Uma chicotada  a cada dia, ele teria de sangrar sete dias e assim foi feito. Três chicotadas no lado esquerdo das costas, três no lado direito e a última ao longo da coluna, da nuca até embaixo
. Esta última chicotada lhe abriu completamente a compreensão espiritual, a Realização com o próprio Espírito e ele tomou consciência da realidade espiritual, sua grandeza e paz. Sobreviveu a esse castigo, saindo dele santificado, com a consciência aberta à Verdade Espiritual e livre enfim. 

Fugiu na primeira oportunidade para ir morrer com os seus no quilombo. Durante sua fuga (contou o bahiano Toninho), foi perseguido pelo capitão do mato acompanhado do filho do Sinhô. Nessa ocasião, Vô Bizu ficou muito bravo mesmo e quis fazer uma mandinga forte digna do Exu. Fez o feitiço e a consequência foi que o filho do Sinhô morreu vitimado por mais de 30 picadas de cobra. O capitão do mato contou ao sinhô e fez questão de dizer que a força do nego véio era forte e necessita respeito. E o sinhô então mandou parar a perseguição e até melhorou o trato aos escravos, temendo consequências maiores.

Ele contou que durante esse cativeiro recebia alimentação boa chegou até a comer na casa do Senhor proseando mesmo com ele. Lembrou então de encarnação que o vinculava a este senhor. Na idade média fora senhor de escravos ou servos e este seu Senhor de agora, era seu escravo. E ele, vô Bizú, quando Senhor, dava de comer ao seu escravo o que saia dele, ou seja...., e achava que isso lhes fazia bem. Mas esse escravo guardou muito ódio da humilhação e para resolver isso, Vô Bizú agora renascia como escravo de seu escravo, e disse que esse mesmo a quem deu fezes para comer, apesar de lhe castigar no trabalho, lhe dava comida de verdade para comer.

Também contou que muita maldade feita aos negros vinham dos feitores, e capitães do mato. Esses capitães eram africanos de outras etnias que carregavam ódios tribais e se aproveitavam da escravidão para descarregar seu ódios. 

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