terça-feira, 17 de agosto de 2021

O perdão do Escravo

Ouvida em palestra no centro espirita allan kardek sao paulo
O tema do dia : O Perdão

  Um Senhor de escravos no Brasil foi ao mercado para comprar mais escravos recém chegados da África. Para não ter surpresas ruins, levou consigo um dos seus escravos africanos, já adaptado à terra para ajudá-lo na escolha, Não era um sinhô cruel e mantinha bom interlocução e harmonia com seus cativos. 
     Dentre os negros a serem vendidos estava um homem envelhecido, magro e adoentado quase cego pela doença e pela fome. O seu ajudante cativo sugeriu que deveria comprar também aquele velho.
----Tá louco, Mbanga, esse velho é prejuízo total, não serve pra nada. Não vou comprar ele , mesmo que seja de baixo preço.
 ---- Eu concordo sinhô que ele parece muito mal, mas ele ainda pode sarar e trabalhar bem.

        O mercador negreiro, vendo a possibilidade de um bom negócio, fez a seguinte oferta.

---- Prezado Senhor, esses negros são fortes e darão boa produção. Teu nêgo ajudante conhece. Façamos o seguinte,  Vossa Mercê compra todo o lote desses doze pretos e o velho vai de graça.

----- Pois bem..., de graça eu levo esse velho...
----- Meu Sinhô, deixe que eu tomo conta desse preto velho, vou ficar com ele na minha casa pois que nas senzala só ficam os moço que não tem como cuidar dele nesse momento.
O Fazendeiro então concordou e comprou o lote todo e o velho veio de presente.

    Chegando na terra, o seu ajudante levou o velho pra sua cabana e passou a cuidar da sua saúde. Era visível o cuidado que ele tinha com o preto velho. Lhe banhava, curava as feridas, amparava ele ao andar. O fazendeiro ficou intrigado com todo aquele cuidado aquilo e quis conhecer a razão.

---- Mganga, você cuida muito bem desse  esse velho! Ele é é teu pai?
----- Não meu sinhô, nem pai, nem avô.
---- Então faz parte da tua família, ou é grande amigo,
----- Não Meu Sínhô...esse homem é meu inimigo! Foi ele que me vendeu para os negreiros lá na África. Ele é da minha nação. mas se fez meu inimigo por um desentendimento qualquer e negociou preço da minha cabeça com os comprador de negro e eu cruzei o mar até vossa fazenda, para aqui ter o direito de só trabalhar e mais nada. Mas aqui eu conheci a vida do Nosso Senhor Jesus que ensinou e deu exemplo de perdão. Isso meu povo não conhecia e precisou sofrer o açoite pra aprender. Mas no meu caso é mais fácil porque vassuncê, meu sinhô, nunca tratou mal os pretos que comprou, sempre deu comida e respeito dentro das regras. A vida aqui é melhor do que na minha tribo e agora vou poder perdoar esse preto que me fez esse bem, pra que ele conheça também a misericórdia e fique leve seu coração.

Segunda Estória.

        Era uma vez um homem que não admitia perdoar um desafeto. Então Deus ofereceu para ele uma grande oportunidade e enviou um anjo com uma proposta.
       ---- Sr Amaro, Deus oferece a você a possibilidade de ganhar facilmente cem mil dólares. -- disse o anjo.
    --- Como Deus é bom! E o que eu tenho que fazer para isso? perguntou o homem.
   --- Você terá apenas que desejar o dobro do que você ganhar para o teu desafeto.
---- O quê? De jeito nenhum! Isso é gozação! Não desejo o bem desse tal.
         O anjo olhou para ele algum tempo, deu de ombros e estava para partir quando ele o chamou novamente.
---- Ei espere um pouco aí! É verdade mesmo essa proposta de Deus que pra eu receber uma coisa, o outro vai receber em dobro?
---- É plena verdade.
---- Então eu faço outro negócio. Diz pra Deus que pode me cegar de um olho...

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