sábado, 27 de dezembro de 2014

P Reencontro no plano dos exus.

26 de Dezembro de 2014 (Sexta-feira)

          Resolvemos fazer uma reunião para o dia de Oxalá (que foi ontem, 25 de dezembro), e por ser esta a última sexta-feira do mês e também do ano, veio o exu "Seu Sete Chamas", exu de frente do médium, e que também já está mais pra direita do que para a esquerda, pois trabalha também na linha dos bahianos...
         A reunião foi aberta pelo Caboclo Mata Virgem, na sequência veio o "Bahiano Toninho" que jogou buzios para saber os orixás dos presentes e contou um pouco sobre sua ultima encarnação na Bahia, quando cresceu e viveu a vida toda trabalhando num terreiro de candomblé em Salvador, no início do século XX.
          Depois do bahiano, veio então Seu Sete Chamas.
          Participavam do trabalho um senhor bastante dinâmico e suas duas filhas adultas, uma das quais era autista. Embora ensimesmada, essa moça era uma presença de muita paz. E Seu Sete começou:
--- Laroye pra todos!! Hoje é dia de Oxalá e numa das minhas encarnações eu fui padre e fazia essa comemoração com muito carinho. Então meu véio, nos somos da mesma idade, pois eu morri em 1974, e você que ano nasceu? 
---Eu sou de 1935! respondeu seu Basílio.
Não foi difícil calcular que ele tem agora 80 anos, no entanto posso dizer que é jovem, aparência de 60 anos, boa saúde, andava perfeitamente e falava sobre todo assunto.

--- Na época da copa do tri, em 1970, você estava com quantos anos então?
--- 35 anos!
--- Eu também estava nessa faixa e morri em 1974, queimado dentro de um carro, por isso estou no ponto "Sete Chamas". E minha aparência é a de um esqueleto pegando fogo, vestindo um terno vermelho. Esse é o meu emblema.
--- Essa aparência é você que escolhe ou é imposta? perguntei.
--- Na verdade, hoje eu tenho uma aparência bem melhor, já evolui bastante, mas este é minha "roupa de trabalho", porque enquanto os mortos não se dão conta de que morreram, assistem seus próprios corpos apodrecerem, virarem esqueletos, despedaçarem-se sem sentir dores. Melhoram de aparência quando se esclarecem e seguem para tratamento e trabalho. Acordar gente morta nos seus corpos apodrecendo, para seguir em busca de saúde é um trabalho para os exus, e é trabalho duro. E ainda tem religião que doutrina as pessoas para ficarem paralisadas adormecidas no cadaver, esperando um dia de Juizo Final inventado, que é um atentado à bondade da mãe natureza com todos seus recursos.  
       Sempre dirigindo-se ao Sr Basílio, Se Sete continuou a conversa.
----Já falei que fui padre e tem uma história grande sobre essa vida, mas na última encarnação eu fui um ladrão de carros, e fui morto nessa situação pelos próprios companheiros. Nunca matei ninguém e nem sempre roubava com arma e procurava um jeito de abrir e ligar os carros. Uma vez resolvi usar uma arma, e esse roubo não deu certo.
     Sempre falando diretamente com Sr Basílio, que lhe foi apresentado hoje, o seu Sete desenrolou os fatos.
---- Peguei uma arma e abordei um motorista que estava a sair do seu carro e ordenei: sai logo desse carro e deixa a chave. O homem botou as mãos na cabeça e disse: pelo amor de Deus meu irmão, não faz isso comigo, comprei esse carro agora e fiquei sem recurso nenhum. Respondi: Isso não é da minha conta. Sai logo daí. O homem choromingava:  veja só ali minha casinha pobre, meu irmão, tem dó! Eu tava decidido: Nada disso, sai logo pra ninguém se machucar. Mas o homem não se conformava e apontava sua casinha pobre, mas eu nem olhava. Eu já não sabia mais o que fazer porque o tal não se abalava de dentro carro. E então apareceu na frente da casa a filha do homem, uma menina, que veio caminhando até o carro. Ele se apavorou:  meu Deus, minha filha vem aí, não faça mal pra gente, ela é uma criança... Guardei a arma no cinto e falei:  diz pra ela que sou um conhecido e ninguém se machuca . A menina chegou, perguntou porque o pai não entrava. Eu mesmo respondi: Sou conhecido do teu pai e foi encontro sem esperar, tava só conversando. Mas não vou mais atrapalhar...Muito bem amigo, lembranças aos amigos e felicidades pra família. E mais que depressa saí dali e caí no mundo. Essa tentativa com roubo a mão armada, tomou tempo, não deu certo e ainda me deixou no perigo de contra ataque! Hoje acho que isso não existe mais, mas no tempo em que vivi, ainda existia algum respeito, e jamais se maltratava alguem diante de seu filho. Hoje talvez a droga tenha acabado com o pouco que resta de dignidade em um ladrão.
Pois muito bem! Depois que morri, fui pro ponto dos Sete Chamas, e nos trabalhos que andava fazendo como exu, me vi em uma situação de perigo diante de outros exus, com as rivalidades e trabalhos mesmo de guardiões. A situação estava de difícil esclarecimento quando apareceu um Exu Caveira, conhecido dos outros exus e que falou: Esse aí eu conheço e é meu amigo. Tenho dívida com ele e então lembrou daquele roubo que não deu certo. Ele era o motorista que não roubei, em respeito à presença da sua filha. Ele disse que tinha dívida, porque eu não o roubei, mas que dívida é essa???? Ele era um exu Caveira, tinha sido ladrão também e então a situação se inverteu e ainda fiz um monte de amigos.
Aqui eu não tinha contado esse fato da minha vida. Contei hoje em homenagem ao senhor meu véio.
O Sr Basílio se alegrou com a estória e com a homenagem.
O trabalho transcorreu, o seu Sete pediu para falar em particular com a filha não autista do Sr Basílio, e poucos minutos depois eles foram embora.

Acompanhei Sr Basilio e suas duas filhas até a porta, despedimo-nos e voltei. Seu sete continuava com a conversa com os demais e então chamou minha atenção: 

-----Oh meu véio! Eu contei essa passagem hoje pra esse véio, porque o Exu Caveira da minha estória é o exato Exu Caveira desse véio. Por isso que ele ficou tão contente. A alegria dele foi uma manifestação da satisfação do Exu Caveira que é guardião dele e que hoje é meu amigo, e isso fez muito bem a nós dois. Não fazer um mal também é fazer o Bem, pelo menos para si mesmo.
Outro fato é que disse pra moça filha dele que aproveitasse o máximo a presença dele, porque ele não vai durar muito aqui.
     Comentei que pra quem já fez oitenta anos, mais dez anos aqui está de bom tamanho e ele tava com saúde boa. 
----Sei disso, mas eu precisava falar, em benefício dela mesmo para que não venha se sentir em dívida por não haver perdoado alguma coisa, caso o pai venha a morrer de repente, ...
Eu chamei tua atenção pra esse caso do Exu Caveira, meu véio, porque sei que voce logo vai escrever essa história lá no seu...não sei como chama...
No Blog...
Pois é...



 









quinta-feira, 23 de outubro de 2014

P BOIADEIRO SEBASTIÃO DE APARECIDA - acerto de contas

13 de OUTUBRO DE 2013

    Depois do Evangelho no lar, veio o Boiadeiro, Sebastião de Aparecida. Pediu que fôssemos conversar mais tranquilamente no quartinho do fundo onde está o altar e é o local de trabalho de umbanda do médium. 
    Ele preparava uma vela com o nome de uma pessoa que necessitava receber a graça de um milagre, pois só assim ela resolveria o seu problema, molhando o papel com um pouco de chá do Santo Daime. Disse depois que a pessoa fosse pagar essa promessa pra nossa Senhora, porque receberia a maior graça que pedia. Não sei como a pessoa vai pagar essa promessa, porque ela não deve ficar sabendo do pedido da graça...Se der tudo certo, de qualquer modo eu mesmo pagaria essa promessa por ela, porque ela merece.
     Sebastião contou uma parte de sua ultima encarnação. Já sabia que fomos irmãos de uma família de quatro filhos, no estado do Mato Grosso no final do século XIX. Ele era o filho mais velho e nosso pai já participara para ele que nossa família não tinha mais futuro naquele local. Éramos arrendatários. Nosso pai avisou para que ele procurasse algo com algum futuro, porque ele já estava velho e não tinha mais tempo pra recomeçar. Eu fiquei com nosso pai e o Sebastião foi levar boiada pelo mundo. Foi caminhando e entrou pelo nordeste. Lá não era bom o trabalho de boiadeiro, porque era terra muito seca e o morria o gado todo. Os fazendeiros eram os coronéis que dominavam tudo de toda gente. Nessa luta, arranjou trabalho em uma fazenda e acabou namorando a filha do patrão e foi correspondido. 
     Empregado não tinha possiblidade com patrão, a tradição não permitia. Para resolver o problema, o patrão arranjou um noivo para a filha, entre os filhos dos coronéis e recomendou que este mandasse matar o Sebastião para se livrar do problema. Mas o Tião nem sabia muito o que acontecia, porque já tinha ido embora, demitido pelo patrão. Foi viver numa cidade longe e era muito benquisto pelo povo do lugar. Era muito trabalhador, alegre e muito camarada de todos. Certa feita apareceu na cidade alguns cabras perguntando por um tal Sebastião. O povo logo entendeu que eram pistoleiros. Envolveram os cabras e obrigaram eles a dizer que assunto eles tinham com o tal Sebastião. Eles contaram que era morte encomendada. O povo segurou os cabras avisando que o Tião era amigo de todos e protegido da cidade e forçaram eles a contar quem era o mandante. O Tião foi chamado, conversou com os pistoleiros e foi decidido o seguinte: como eles já tinham recebido o pagamento então já estavam recompensados, mas ele tinham de ficar na cidade ( senão morreriam) até ele resolver o assunto com o mandante da morte. Tião foi sozinho procurar o tal Conrado, e disse que não sabe porque, mas nunca foi muito cobrado, no pós morte, pelo que fez por lá. 
Chegou na casa, que estava sem maior proteção, pois os cabras estavam seguros na outra cidade, bateu palmas e o fidalgo atendeu:
-- Boas tardes, Vosmecê é Sr Conrado?
-- Eu mesmo, e o senhor quem é e o que quer? -- respondeu o dono da casa.
-- Eu sou Sebastião de Aparecida e soube que o senhor mandou uma encomenda pra mim, por isso eu vim aqui lhe retribuir o favor. 

O janota perdeu a cor, nem conseguiu responder:
-- Eu peço que me receba em vossa casa, pra gente conversar direito, porque se não for assim vou ter de fazer o serviço daqui mesmo. Meu povo veio comigo e já cuidou dos seus cabras, e o que temos pra conversar e só entre nós dois. Se eu tivesse vindo aqui só pra lhe matar eu nem tava lhe falando agora, mas posso mudar de ideia e desistir da conversa. Posso entrar?
     Sem escolha, o almofadinha consentiu que entrasse. Foram pra dentro da casa, assentaram-se educadamente e a conversa começou:
-- Seu Conrado, afinal porque o senhor mandou me matar? Que mal eu lhe fiz? Eu quero saber porque não me recordo de ter feito mal a ninguém, estou te conhecendo agora, mas se eu lhe fiz algum mal, eu quero ter oportunidade de reparação.  
O moço fazendeiro respirou e conseguiu responder.

--- Mandei matar o senhor porque sei que a sinhazinha lhe tem estima e o senhor tem amor por ela também.
--- E lá isso é motivo pra mandar me matar? 
--- Acontece que eu amo a sinhazinha e o pai dela me deu sua mão mas recomendou que tirasse o senhor do nosso caminho...

Sebastião teve essa surpresa que até demorou pra responder:

--- Senhor Coronelzinho, se o Senhor ama a sinhazinha e já tem a mão dela dada pelo pai, não tinha necessidade de se manchar com sangue ... me diga sinhozinho, o Sr já se deitou com ela, já foi até o fim com isso?? não precisa responder, somente saiba que eu e ela fomos até o fim. 
Não quero mais tomar teu tempo, e nem perder o meu. Quero apenas ir-me embora e levar o recurso que gastei com gente pra vir até aqui, que não foi pouco.
--- Seu Sebastião, não estou prevenido de dinheiro nesse momento.]
--- O amigo pode não estar com dinheiro, mas vossas tias têm o quanto preciso. Elas te emprestam agora e ninguém se machuca. Meu povo tá me esperando e é bom que não venham assuntar se não passo bem, pois cabra armado e com fome é um perigo. O que se tinha pra falar de nossas pessoas já foi falado. E o que se falou aqui, não se fala mais em lugar nenhum.
    Sem alternativa, o moço ajuntou os contos de réis com as tias e sem mais demora bandeei pro arraial de onde tinha vindo, antes que o janota soubesse que eu vinha sozinho.
     É disso que eu digo que não fui cobrado ao vir pro lado de cá.





  

     
    



   



terça-feira, 21 de outubro de 2014

P Boiadeiro no dia 12/10 de Aparecida.

                12 de outubro de 2014

        Jetoa pr´oceis! Vamos encerrarar de um jeito diferente o Evangelho de hoje, "é de sonho e de pó, é destino de um só...conhece????
           1. Então, hoje é o dia da Grande Mãe, Nossa Senhora e tá cheio de boiadeiro aqui que veio fazer um pouso.  Todo mundo nasceu de u´a mãe, todo espírito, mesmo desencarnado já nasceu de u´a mãe. Assim o culto Marial é também muito importante, pois que até nosso Senhor Jesus nasceu de mãe e mãe tá sempre perto, sempre acessivel, sempre intercedendo.
 Bonito é ver a romaria que antecede o dia da padroeira. Os romeiros correm riscos, passam necessidades, mas vêm pagar sua promessa. Viajam às vezes uma semana, chegam, pagam a promessa e logo voltam.
Pagar promessa é muito importante, dá muita força, faz bem pra pessoa. Também tem a promessa feita para outro pagar. Fortalece a associação e companheirismo. U´a mãe faz a promessa de que uma filha vai deixa crescer seus cabelos e depois vai cortar o cabelo bem curtinho lá em Aparecida. O cabelo cresce de novo. E quando a filha paga essa promessa ela sente muita força, se sente bem e o laço de amor se fortalece na familia. 

     Os boiadeiros trabalham ainda em regiões de conflito, embora não vivam nelas. Não ressonam os sentimentos inferiores, não sentem raiva quando agredidos.
Os exus ficam com raiva ainda. Exus progridem com aqueles que eles são guardiões. Quando um encarnado progride, melhora de sentimento, o seu Guardião Exu também progride. Veja que responsabilidade de cada um.
    Existem Boiadeiros e Cangaceiros. Boiadeiros são sudeste e sul. No nordeste são conhecidos por  cangaceiros /1/. Os cangaceiros castigam mais duro os delatores do que os culpados. Nos umbrais  existem falanges de kiumbas especializadas em preguiça. depressão, alcoolismo, etc.. chefiados na desorganização....que nós os atraimos conforme nossos sentimentos. Quando os boiadeiros surpreende um bando de kiumbas que obsediam alguém, notam que o chefe delas se disfarça para não ser laçado. Mas não adianta, porque sempre alguém do bando, alguem que quer chefiar, aponta o chefe da turma. Esse que aponta é pior do que o chefe e é pego em primeiro lugar. Não confundir Exu com kiumba, os Exus trabalham em falanges com Lei, Ancestralidade conforme orixás etc., tem equipes, organização, comando, proteção e respeito.
     O Cavalo do boiadeiro protege o cavaleiro e tem sabedoria. Tira o boiadeiro do perigo. O boiadeiro bom pimeiro alimenta seu cavalo e depois vai cuidar de si e nunca o contrário. Que primeiro vai cuidar de si, deixando o cavalo pra depois não é considerado boiadeiro e não merece confiança.Os cavalo são pegos no mundo espiritual. São animais que foram muito maltratados. Numa incursão os kiumbas tentam primeiro matar o cavalo, mas este tem pele grossa e muito resistente e geralmente não é ferido.
       ---Voce já sabe o nome da sua boiadeira ou vaqueira minha fia?
       --- Não sei ainda.
      --- Então vamos ver agora: quem voce tá vendo?

      --- uma mulher de chapéu e tem os cabelos armados, como que empoeirados da estrada. E traz um instrumento.
        ---- É uma gaita (acordeon) No norte é Cecilia Sanfoneira e no Sul é Cecília Gaiteira.

 A umbanda é cristã e veio trazer Jesus para o espiritualismo africano e indígena. Não é só orixá. Necessita avançar e mostrar as grandes capacidades do ser humano.


 Estejamos prontos para o Julgamento dos Exus.

/1/ O nome cangaceiro vem de "canga", malas que os animais dos boiadeiros levam nos lombos. Os cangaceiros andavam a pé e levavam pendurado no corpo os seus trens.

P CIGANO GONZALES 06 DE OUTUBRO 2014

Música Andina tem muito mistério e Assusta.
Andes são perigosos e jjá perdeu amigos gitanos lá.
Força dos Gitanos está na Liberdade e sempre andam em comunidade. Lembrou Raul Seixas: O Sonho que se sonha só é apenas um sonho. O sonho que se sonha comunitáriamente é Realidade.

   Opixa!  (saudações)
     
Que tienes hoje, viño, tequila... bueno!!!
Caros amigos, eu lutei na revolução mexicana. Soy gitano nascido e me sinto natural de Argentina, mas parti al Mexico para lutar na Revolução de Pancho Vila. Atravessei os Andes, majestosos, fascinantes e perigosos. Até a música anda assusta pelo seu mistério. Os Andes fascinam e são fatais para muitos, perdi hermanos gitanos lá. Los gitanos sempre caminham em comunidade, nunca sozinhos.
Como dizia, fui para lutar na Revolução Mexicana, juntamente com algunos otros gitanos, lá nos colocaram no trem que nos levou ao fronte de combate. Ordenaram que descessemos e atirássemos contra o inimigo. Descemos e fui alvejado nesse momento mesmo, nem mesmo um tiro eu deui. Mas lutei na Revolução Mexicana...

Entoneces amigo, em que espera que lhe ajude?
---  Sim... vim aqui, conforme prometi para minha espos, que me aguarda lá na sala...
--- Seja bem vindo, me alegra tua coragem, confesso que não acreditei que virias...Continue à vontade..

--- Continuo. Minha vida entrou numa fase muito dificil, fiquei sem recursos financeiros, sem emprego, e o casamento não resistiu. Me separei, tenho contado com a esposa que la na sala está, mas não vão bem as coisas...Pois quando fiquei sozinho fiz a besteira de me envolver com outra...
--- Foi por amor ou foi apenas necessidade animal?
----Só animal, físico.
---- Te arrependeste?
--- Na época não, mas agora estou arrependido.
--- Se tua esposa também fizesse o mesmo, voce compreenderia?
--- Não sei...
---  Heee!!! É um sentimento a aprimorar. Sexo é necessidade animal. O que você tem de sofrer por tua "infidelidade carnal", já o sofreu socialmente. Espiritualmente ninguém tem nada com isso. Necessidades animais pertencem ao mundo animal. Agora está com vossa esposa e necessitam corrigir essa situação para não ficarem a vibrar negatividades a produzir tóxicos de rancor a empestar os ambientes...Como estão as coisas agora?
---  Estou tentando me reequilibrar financeiramente, mas está dificil pela falta de qualificação, mas a esposa modificou muito a maneira de pensar. Antes exigia que eu me colocasse, que me empregasse, agora já vê de outra maneira, diz que eu não me recrimine por não ter a mesma sorte dos cunhados, primos etc., bem empregados...que cada um tem seu caminho,...
--- bueno! melhorou um pouco, mas tiene a resolver definitivamente, olvidar las incontinencias ou então mejor és viver separados.



Mata Virgem - Vela Luz e Calor 05/10/2014

Vela Luz é calor - Frio da morte - Calor alcool e sangue - nosso corpo não é só nosso - Mediunidade é Caridade. - encnotre sua fórmula para a mediunidade - Umbanda e cardecismo, prática mediunica ação social -Perispírito -  Manto do Xamã.

          Pode encerrar, conforme vosso costume, a vossa reunião.
          Apenas vim hoje porque você faltou na reunião passada de desenvolvimento, quando vieram dois médiuns para aprendizado e desenvolvimento. 
          O filho (médium) agora não mais frequenta o Local em que ia, portanto precisa encontrar outro local para trabalhr e enquanto não acontece isso, faz as reuniões em casa, porque sempre se começa trabalhando em casa. 
         E a reunião passada foi uma das que se iniciam e eu contava com vossa presença para contribuir com o conhecimento que tanto buscou na vida.   
          -- Estou fazendo o Curso de Educação Mediúnica no centro, e pelo que vejo, lá nada se manifesta por mim. Por outro lado, tenho um sentido que meu trabalho não é para lá, tais são as exigências e limitações.
          -- É porque você não fica à vontade lá. Não vibra com o ambiente. Você pode ficar em pé ou sentado e leve o tempo que for, você vai comunicar-se de alguma maneira com seu guia. Você vai encontrar a tua fórmula para se comunicar. Este filho (o médium) trabalhou muito sozinho até encontrar uma fórmula para isso. Por exemplo, a maneira peculiar de colocar a colar guia, as saudações, etc.. 
          -- De qualquer forma, mediunidade não é só comunicar com os espíritos. A caridade é que realmente abre o caminho para a mediunidade. Quando se doa seu tempo e sua atenção para levar saude e o bem para os outros, os espíritos trabalhadores estarão sempre com você e te ajudarão a fazer o bem.
      Se você tem um impulso de falar para fortalecer a auto estima de alguém, fale pois com certeza algum guia espiritual vai falar por teu intermédio e vai mandar luz para tua fé e esperança. Você poderá falar coisas muito boas e muitas vezes nem acredita que seria capaz de fazer o que fala, exatamente porque não é você que fala. O melhor é falar coisas boas e aproveitar para entender e praticar essas coisas, porque você também está precisando.
          -- Quando acendo velas na igrejinha das almas, também não estou agindo mediunicamente? Já ouvi dizer que muitos desencarnados ainda estão caminhando numa espécie de neblina e só conseguem perceber o fogo material, e ficam alí no aguardo da caravana de resgate.
         --- O fogo da vela é  Luz e Calor e a maioria dos desencarnados sentem um frio muito grande. Vocês mesmo vão ver quando seu sangue parar de circular, vão sentir muito frio.
     --- Então é por isso que alguns oferecem sangue nos seus rituais?
     --- Nem sempre, eu não disse isso. Não quero entrar no assunto dos chefes dos castelos abismais da fria escuridão - que também trabalham a mando da Luz. Mas você pode fazer uma ideia sobre os filmes de vampiro. O vampiro é um  ente que vive no frio da morte, mas não está morto. Então necessita de sangue para sentir o calor da vida, para sentir-se melhor, sentir-se vivo. Outros elementos que aquecem são o álcool e o próprio fogo. Daí a vela. Os espíritos que pedem bebida alcoólica o fazem mais para aquecer-se do que para embriagarem-se.
   No entanto o que mais nos dá calor é a energia que doamos aos nossos irmãos, a caridade. O que mais dá poder é a humildade. O que nos torna mais ricos é o desapego das riqueza. É isso que o resgatador ( alguns dizem "doutrinador"...) necessita passar ao espírito sofredor. O espírito livre dos apegos desse mundo e pleno em humildade, é o que irradia calor, energia e luz de si mesmo.
   Outra coisa muito importante é o cuidado com o corpo, porque nosso corpo não é só nosso. Quanto mais se pratica o Bem, mais entes do bem se aproximam desse corpo para manifestar-se e são também beneficiados pelo trabalho dele. Um corpo maltratado no vício ou displicência não serve para trabalho bom, portanto, cuidem do vosso corpo, sabendo que o mesmo não é só vosso.
--- Li no Livro de Educação Mediúnica, que é pela expansão no nosso perispírito além do corpo físico é que se estabelece a união e contato com o espírito comunicante. É assim mesmo?
---- Você tem um xamã que zela muito por você. Ele te mandou uma águia uma vez para te encontrar e trabalhar com você. Eu já te disse que essa Águia não era um espírito, ela foi plasmada para te ver do alto e te encontrar e por contato com ela o Xamã trabalha com você, porque ele está muito alto para você. Isso tem alguma ligação como perispírito. Outra coisa muito interessante que esses xamãs usam é um manto. Eles fazem muitas operações com o perispirito tendo o seu manto por base. Encontre um manto de sua preferência, para usar e trabalhar que eu vou te ensinar e ajudar com ele em experiências com perispírito.
--- Nos Centros Espíritas se trabalha muito em ação social...
--- Sim, mais em ação social do que em experiencias mediunicas, é essa a vocação dos centros. Na umbanda, predomina a ação mediúnica e tem pouca ação social. É a vocação da Umbanda. Pode-se unir as duas coisas. Exercer a ação social nos centros espíritas que já têm estrutura para isso e agir mediunicamente na umbanda, em toda sua beleza, sua arte, alegria e expansividade, diversidade de linhas e canais de expressão, que envolve todos os povos do planeta. É um viver na simplicidade colorida da natureza com sua riqueza tão generosa.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

P "BAHIANO" TONINHO - Polícia Alibã no terreiro


                Eu morava sozinho no terreiro, uma barracão de telha de barro, na beira da praia. Nesse tempo a praia não era cheia de gente como hoje. Sempre que ia dormir me deitava na rede e ficava olhando a monotonia das telhas e me sentia feliz. Nessa época, início do século XIX,  a Igreja católica era o poder e dominava os pensamentos e as autoridades e, vez ou outra, apareciam os alibãs (polícia) pra afirmar seu poder no campo do candomblé. Uma vez eu estava lá sozinho e chegou uma batida de uns quatro polícia. Um cabra pegou uma imagem de Ogum e perguntou; quem é esse aqui? eu respondia: é Ogun, é da Lei. Aí ele dizia Ah é?; vou mostrar quem a Lei aqui e "pof", lascou a imagem no chão. Quem é esse com essas palhas? é Omulu, que encaminha as almas pro Orun, o Céu, o invisível!! Pois ele vai é levar as almas é pro inferno e "pof" espatifava a imagem. Então ele pegou a imagem de Yemanja, minha Orixá, e perguntou: Quem é essa vagabunda aqui? respondi: é vagabunda não, moço, é Yemanja, orixá da fertilidade! Ele insistiu: é vagabunda sim. - Por caridade, não quebre no chão essa imagem, seu moço  ...E ele respondeu: tá certo, não vou jogar no chão essa vagabunda, só vou te ensinar a respeitar e não desdizer a autoridade, e bateu com a imagem de Yemanja na minha cara, até quebrar. Machucou e saiu sangue, mas uma coisa aconteceu... Yemanja agora não era mais uma imagem pois senti que ela entrou na minha alma, levantou e cresceu dentro de mim, me encheu de força, segurança, firmeza e paciência. Não reagi, pois entrei na calma, serenidade e confiança que nunca tinha sentido, e isso parece que assustou os polícia, porque eles perderam a vontade de quebradeira, olharam um pro outro e logo foram embora.  
     Não demorou muito e chegou a Mãinha, a Mãe do Terreiro, e lhe contei o sucedido daquele desacerto.  
Ela não se abalou: "Muito bem, agora é recolher os cacos e providenciar que esses alibãs reparem essa braveza e venham restituir o que quebraram."
     Pois demorou bem pouco tempo, os polícias vieram devolver o que estragaram e ainda firmar velas pras forças nas encruzas às vista dos passantes. E isso lhes valeu muito do lado espiritual. Uns procuram fazer escondidos, por vergonha de aparecer ao público, mas alguns venceram a timidez e mostrar sua humildade e ofertaram a descoberto. Esses então, acabaram por conquistar muita admiração, respeito, proteção e amizade do mundo espiritual. A humildade, o maior dos poderes do mundo espiritual, é o grande Bem que se leva quando se passa pela "porta estreita".   
        Por que razão eles voltaram? Se nós fizemos macumba pra eles? Foi por causa das rezas e mandingas que fizemos para eles se arrependerem, pois que é nossa obrigação também zelar pelo bem dos que nos procuram, mesmo que venham com brabeza.  Muitos nem dormiam mais, de tanto medo  dos sonhos lhes cobrando reparação e respeito, isso sem contar os tropeços e atrapalhações que a eles apareciam na rotina do dia. Assim eles ligaram que essa perturbação apareceu por causa da falta de respeito no terreiro e por isso vieram se desculpar e desfazer o mal feito. De nossa parte não havia mau sentimento pelo desrespeito deles e os "feitos" não foram por vingança, foram mesmo só pra eles refletirem e progredirem. Eles também sofriam na sua ignorância e orgulho e precisavam de cura, de caridade.
Era assim o trabalho espiritual do terreiro de candomblé onde vivi a vida toda.

 
 

sábado, 5 de abril de 2014

Vô Bizu e o círculo mágico

31 de março de 2014

           Veio "Vô Bizu" para fazer um trabalho dentro da magia de fortalecimento e segurança. O trabalho consistia em fumigar o avental do professor para protegê-lo das agressões dos alunos, e fumigar a fantasia de trabalho artístico de teatro do filho.
            Pediu os materiais, pemba branca, 3 velas nas cores dos orixás, 5 folhas de espada de São Jorge, arruda e alecrim.
            Traçou um círculo com a pemba branca, no sentido conveniente, traçou um triângulo dentro do círculo, traçou nove cruzes, fixou as três velas, construiu um pentagrama com as folhas de espada de São Jorge e pediu para que eu acendesse as três velas obedecendo o sentido de traçado do círculo. O círculo assim formado com as velas acesas me impressionou muito agradavelmente, como seu já o tivesse feito muitas vezes. Ficou muito bonito. No centro do círculo, colocou o fumigador com os carvões acesos. 
            Cantou algumas frases em yoruba, pediu que se rezasse o Pai Nosso certo número de vezes, e então estendemos as vestimentas segurando-as pelas pontas para que recebessem a fumaça do alecrim e da arruda, separadamente. Depois disto, rezamos de novo e pediu para apagar as velas, cada uma no sentido contrário em que foram acesas.
           Comentei quão belo era aquele círculo de trabalho e se eu poderia fazê-lo sem guia incorporado. Ele contou como aprendeu: " aprendi esse trabalho quando vim no navio negreiro para essa terra. Apareceu um mago branco, de pele branca também, que ensinou isso pros escravos ali. Eu acho mesmo que esse homem nem era vivo. Pode vê que os símbolos são da cabala, e eu juntei os orixás por essas velas. Depois alguns magos africanos me disseram que já tinham conhecido esse círculo com os bantos. É bonito e impressiona bastante. Você pode fazer sozinho sim, pois sempre que fizer vai ter assistência espiritual. Vai ter um pouco de medo no começo, mas logo pega confiança.
          Explicou muito detalhadamente, mas não lembro direito agora, pois quando ele explicava  eu me dispersava apesar do esforço de atenção. Sabemos que todo ritual é uma ferramenta para a mente, e também uma comunicação com os seres espirituais que trabalham em benefício de outros e, claro, em seu próprio proveito na evolução.
         Vô Bizu anunciou que viria então o exu "Seu Sete Chamas" que queria aproveitar a beleza do trabalho e que iria pedir um favor para nós.
          Partiu Vô Bizu e chegou Seu Sete Chamas: quero aproveitar esse momento de força e paz, e pedir para vocês me fazerem um favor, porque também estão bastante harmonizados com esse trabalho. Vocês sabem do exu mirim, de quem eu tenho a chave e que muito bom serviço me prestou absorvendo os elementos mentais depressivos de vocês e de outras pessoas. Agora eu quero que ele sinta e receba um pouco de luz. Vou trazer ele no círculo lá embaixo e quando ele vier, vocês rezem para ele um Pai Nosso. Uma vez só senão ele pode surtar. Uma vez só ! Descemos as escadas para o quintal e ele traçou no chão um pentagrama com pemba preta, trouxe o exu mirim, e nós rezamos com muita alegria, paz e fé o Pai Nosso. Mal terminamos de rezar o Seu Sete reassumiu e continuou nas explicações. Na verdade eu pedi essa caridade também para resolver um problema meu. Esse exu mirim é minha propriedade, mas também é minha responsabilidade. Eu quero evoluir, está tendo espaço para eu subir, mas como posso ficar lá em cima sendo proprietário de um exu mirim? Por outro lado, não posso largar ele solto por aí. Ele vai ficar sem dono e vai se prejudicar na evolução. Desse modo eu preciso encontrar um dono para ele, um mestre para ele servir e que vai também fazer como que ele progrida. Eu quis saber saber como foi que ele tinha obtido o exu mirim, se ele o tinha capturado. Eu comprei, ou melhor, eu troquei por uns favores que eu fiz. Aprendi a sua chave (ainda não sei o que significa isso)
e agora preciso passar ele para outro. O exu mirim não tem consciência do que é Bem ou Mal, é como se fosse um cão que obedece as ordens do seu dono e ataca outra pessoa, mas não tem responsabilidade sobre o mal que causa a quem morde. Esse Pai Nosso que ele recebeu hoje é o primeiro que ele recebe na sua existência e vai mexer muito com ele.
          Muito pouco se reza para o povo da base da natureza e eles se beneficiam muito com isso.